top of page
Formas abstratas iluminadas
Tranzine
Sobre o Zine
Denis Kandle assinatura

Era uma fria noite de outubro de 1997 em Londres. Eu havia saído do Rio de Janeiro, minha cidade natal, para estudar inglês na Inglaterra, e tinha acabado de comprar um computador usado. Eram os primórdios da Internet, na época da conexão discada. Ainda nem existia o MP3; nem sequer o conceito de blog existia também... Eu queria criar uma página pessoal, mas não sabia o que poderia fazer. Até que pensei: "Sempre fui fascinado por música, então por que não criar um fanzine de bandas que eu curto??" Foi assim então que surgiu o TRANZINE!!! Inc.

No início, o zine falava apenas sobre música. Mas logo a partir da segunda edição, passei a falar sobre outros assuntos que também me interessavam. Fiz isso para pôr para fora assuntos pelos quais sentia necessidade de comunicar, assuntos esses que eu achava serem muito importantes, mas que não via muitas pessoas mencionarem. Pensei assim: "Que tipos de textos eu adoraria encontrar para ler na Internet? Que coisas urgentes precisam ser ditas mas não vejo serem ditas em quase lugar nenhum?" Foi com esse espírito que o zine nasceu. O intuito aqui é que o zine seja um lugar único, que transcenda tudo o que se vê por aí. Daí que vem o nome do zine: Tranzine é uma publicação alternativa que transcende.

O nome original do zine era “TRANZINE!!! Inc.” porque na época, já existia um zine chamado Tranzine, por isso tive que usar um nome ligeiramente diferente. Mas o outro zine acabou, então passei a chamar somente de “Tranzine”, para encurtar, mas o nome oficial continua sendo “TRANZINE!!! Inc.”. 

 

Desde então, já se passaram mais de duas décadas. O Tranzine é um dos sites mais antigos da história da Internet brasileira. Os leitores antigos notarão que o site esteve fora do ar por uns tempos; é que em 2011 comecei a escrever minha monografia para o curso de Filosofia que estava fazendo no IFCS/UFRJ, e alguns dos textos que eu incluí na monografia estavam publicados no zine, só que a monografia precisa ter textos inéditos, por isso resolvi tirar o zine do ar, e só pôr no ar de novo após me formar, o que ocorreu em 2016. Só que logo depois me mudei para a Itália, e estava sempre no corre, ocupado com outras coisas. Talvez você não saiba, mas dá muito trabalho editar um zine! Eu simplesmente não tinha tempo. Durante a pandemia entre 2020 e 2021, lancei minha nova banda de post-shoegaze, o DKANDLE, e todo o meu tempo foi dedicado para escrever, gravar e produzir músicas novas, além de ensaiar para shows. Só agora, em 2024, que tive um pouco mais de tempo, então decidi finalmente relançar o zine. 

Mas uma coisa que meio que havia me desanimado para voltar com o zine após a minha formatura em 2016 foi a ascensão das redes sociais. De repente as pessoas deixaram de navegar a internet e pararam de ler blogs e outros sites para ficarem apenas no Facebook, no Instagram e no Twitter. Parecia que não havia sentido investir em um zine com o hype das redes sociais. Mas agora o que tenho visto 

(e sentido) é que as pessoas estão enjoando das redes sociais, com o

fascismo escancarado de Elon Musk e Mark Zuckerberg, e na verdade

estão sentindo falta de mais sites de conteúdo. Eu decidi voltar com

o Tranzine porque esse é exatamente o tipo de site que eu gostaria

de frequentar na Internet agora.

Faço o Tranzine porque quero dizer ao mundo sobre as coisas

que penso, sobre assuntos que acho importantes, e o zine é o

espaço onde posso emitir essas opiniões, já que elas

dificilmente encontrariam eco na Grande Imprensa. Agora que

os jornais demitiram todos os seus melhores jornalistas e

viraram um curral eleitoreiro da direita, perdendo totalmente

sua aura informativa de qualidade, resta a nós criarmos

conteúdo jornalístico e informativo de qualidade.

 

Espero que você leia as matérias e seja tocado por elas de

algum modo, seja concordando ou discordando - o que

importa é que eu consiga comunicar essas coisas e que você

não fique indiferente. Aprecio sua visita, e sinta-se à vontade

para fazer comentários! Ah, não se esqueça de ouvir o meu podcast. 😉

Denis Kandle
bottom of page