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Linhas abstratas
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Edição #13
Lisboa, 2010

Sabe aquela sensação de “quenturinha no coração”?

É o que você vai sentir ao assistir ao filme da

Amélie Poulain...

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“DKANDLE tece paisagens sonoras transcendentes vibrantes e multicoloridas, misturando texturas Shoegaze difusas e reverberantes, meditações Dream Pop hipnotizantes, tons Grunge lamacentos e tensões Post-punk temperamentais, intensificadas com lirismo comovente e vocalizações emotivas e pensativas”

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Nesses dias tão violentos e tristes, uma ótima saída pode ser divertir-se assistindo o delicioso filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. A sua estória nos faz ver que podemos ser felizes com coisas simples, pois elas podem tornar nossas vidas mais descomplicadas.

O filme trata de sonhos e da própria capacidade de sonhar. A arte brota de fatos absurdamente comuns e de absurdidades comunais. Amélie é o elo entre as várias personagens cotidianas, todos normais, porém loucos à sua maneira. Mais além, é uma aula de para quem tem dificuldade de ver graça em tudo sem precisar cair em desgraça. E para quem não acredita em amor a primeira vista.

 

Outra personagem do filme, tão comum quanto os outros, mas talvez o mais importantes de todos é o acaso. Todos sabemos que o acaso é um dos maiores atores da vida e, no entanto, poucos conseguem captar sua essência tão bem quanto Jeunet, seu diretor, fez nesse filme. A primeira dica que o diretor dá sobre o acaso ocorre logo no início, quando o narrador comenta a inseminação do óvulo da mãe de Amélie pelo espermatozóide do pai, destacando bem que aquele é um entre milhões. Se fosse outro, aquela Amélie não teria nascido. E isso vale para todos nós.​

O início do filme narra a infância do personagem-título. Nele descobrimos que o único momento em que o pai de Amélie a tocava era para ouvir seu coração. Com a emoção, seu coração disparava, o que levou seu pai a concluir que ela sofria de problemas cardíacos. Daí você percebe a mensagem sutil da cena: por causa de um erro, Amélie terá que conviver com situações de consequências muito profundas por toda a sua vida geradas por esse único erro. Por exemplo, Amélie estudou com a mãe em casa e não frequentou a escola por causa desse "suposto" problema no coração, o que resultou em um comportamento introspectivo. Durante todo o filme ela se mostra como uma menina doce e pura, mas ao mesmo tempo um pouco fechada e ingênua, muito por causa da falta de mais contatos com as pessoas na sua infância.

“Amélie” é recheado de ousadias. O diretor Jean-Pierre Jeunet carrega nas cores pra pintar a Paris que ele quer mostrar, que é a cidade maravilhosa que a protagonista vê. Repare como as cores amarelo, verde e vermelho prevalecem em quase todas as cenas! O último filme que Jeunet havia dirigido antes de Amélie foi Alien 4, a Ressurreição. Esta produção francesa é em meio a uma Paris onírica, meio sonho de absinto e meio cartão-postal dos anos 30, com muitos efeitos visuais usados poeticamente. É um filme alegre, bem interpretado, moderno e ágil. Conta com a participação da sensação Audrey Tautou, o diretor e ator Mathieu Kassovitz e um grupo de experientes atores franceses.

E por último, mas não menos importante, a trilha sonora do filme faz toda a diferença! Composta por Yann Tiersen, as músicas traduzem perfeitamente as emoções que o filme evoca. O álbum da trilha sonora é um dos meus favoritos de todos os tempos. Esse filme é perfeito demais! Mesmo a trilha sonora é antológica... Para mim, é o melhor filme francês já produzido. Incontournable!

Qual o melhor filme francês
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