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Edição #16
Lisboa, 2011

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“DKANDLE tece paisagens sonoras transcendentes vibrantes e multicoloridas, misturando texturas Shoegaze difusas e reverberantes, meditações Dream Pop hipnotizantes, tons Grunge lamacentos e tensões Post-punk temperamentais, intensificadas com lirismo comovente e vocalizações emotivas e pensativas”

Linda Martini é uma banda portuguesa que surgiu em 2003 após a dissolução de outros grupos punk e hardcore, pegando emprestado o nome de uma amiga de um dos membros da banda. Desde então já lançaram três álbuns - o último, "Casa Ocupada", que abre com a ótima "Mulher-a-Dias", foi lançado em 2010. O som deles é bem acima da média. Quem me conhece sabe que, quanto à música, não faço caridade: só entram no meu playlist músicas que me convencem, isto é, que não me deixem entediado em momento nenhum, que me causem prazer. E são várias as músicas do Linda Martini que me convenceram... Por isso estou divulgando o som deles no Tranzine, para que o público brasileiro saiba que Portugal não produz só fado. Para quem curte música de qualidade e está interessado em saber o que há de bom na música alternativa portuguesa, não deixem de conferir o som dos Linda Martini!

TRANZINE - O álbum Nevermind dos Nirvana está completando 20 anos em 2011. O que acham desse álbum? Qual foi a importância de sua música para o cenário alternativo português e até mesmo para os Linda Martini?
O Nevermind dos Nirvana foi um disco que marcou uma época ou que pelo menos deu o mote para uma abertura a outro tipo de coisas. Esse disco acabou por trazer o punk ao mainstream. Até então, parecia tudo demasiado composto e nesse sentido, acabaram por trazer alguma espontaneidade à música que se ouvia nas rádios. Foi naturalmente um disco importante na discografia das vidas dos membros de Linda Martini.

 

TRANZINE - Algumas pessoas rotulam suas letras de "escuras e tristes". O que tem a dizer sobre isso?
Não somos pessoas tristes. Na verdade, achamos que somos pessoas bastante equilibradas. Toda a gente tem o seu lado melancólico e nós não fugimos à regra. Se calhar, o facto de o explorarmos na nossa música, traz-nos esse equilíbrio nas nossas vidas quotidianas. As nossas letras são geralmente passíveis de ser interpretadas das mais variadas formas. Dependendo do momento da vida em que o ouvinte esteja, ao ouvir as nossas palavras, tanto pode dar uma carga mais fatalista a uma frase, como uma carga mais optimista. As pessoas são tocadas de maneira diferente e por isso, a maneira como as nossas letras chegam a elas, está sempre dependente do momento da vida que estejam a atravessar.

 

TRANZINE - Como é a cena musical para bandas novas em Portugal?
É um pouco complicado conseguirmos ser taxativos nesta resposta. Há uma predisposição grande, neste momento, para as pessoas ouvirem música feita por artistas portugueses, coisa que há uns anos atrás, ainda era vista com algum preconceito. O facto de neste momento os próprios músicos acreditarem mais em si e não se limitarem a buscar identificação nas coisas que lhes chegam de fora, acaba por passar para as pessoas. Ninguém tem paciência para aturar o "coitaditismo" toda a vida. E já estava na altura dos músicos portugueses perceberem isso mesmo. Não somos melhores, nem piores que o que vem de fora. Somos simplesmente diferentes. E esse é o privilégio que nos assiste nos dias que correm, com a abertura que a internet nos trouxe: poder ouvir música genuína, diferente, de diferentes partes do mundo, sem o filtro das rádios ou canais de televisão musicais.

TRANZINE - O que conhece de música brasileira?
Muita coisa. O Brasil tem imensa música boa. Desde Los Hermanos a Chico Buarque, passando por Sepultura (na nossa adolescência), Caetano Veloso, Marcelo Camelo, Jupiter Maçã, etc. Há constantemente música brasileira nos nossos leitores de mp3.

TRANZINE - Que bandas portuguesas você recomenda para os ouvintes brasileiros?
Ui! Correndo o risco de deixarmos alguma de parte, injustamente: PAUS, If Lucy Fell, Riding Pânico, Filho da Mãe, ASNEIRA, Men Eater, B Fachada, Norberto Lobo, Carlos Paredes, Diabo na Cruz, Deolinda, Legendary Tiger Man, Sam the Kid, Orelha Negra, Foge Foge Bandido, Dead Combo, Gala Drop, Buraka Som Sistema, etc.

TRANZINE - Quais são as melhores casas de show em Portugal em termos de estrutura/som?
Se quisermos falar de salas que juntem um bom espaço a um bom PA, na verdade há muito pouco. Contratando-se um PA externo, há uma série de boas salas para espectáculos, no entanto. As salas mais completas e equilibradas (que melhor juntem os factores estrutura/som), talvez sejam o Hard Club e a Casa da Música, ambas no Porto.

TRANZINE - Já estiveram no Brasil?
Já surgiram dois convites, mas infelizmente acabaram por não se concretizar. Gostaríamos imenso de lá ir. Pelos vídeos que vamos vendo no youtube de bandas como Los Hermanos, o público brasileiro é bastante intenso e por isso mesmo seria um prazer.

TRANZINE - Que sons você tem mais ouvido recentemente?
Desde Tyler, the Creator a Filho da Mãe, passando por Chico Buarque, PJ Harvey, Gil Scott Heron, Title Fight e The Streets.

TRANZINE - O que tem a dizer aos que insistem que "o rock morreu"?
Mentir é feio.

Qual a melhor música dos
Linda Martini?
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