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Edição #8
Rio de Janeiro, 2005

Internet,  nossa maior aliada contra a manipulação de informação

Entrevistamos Jenner do podcast Misturinha

By Bruno Privatti

Ultima campanha de Timothy Leary sobre as drogas antes de sua morte

Castração das ações disfarçadas de elevação espiritual

By Maite Schneider

As TVs abertas em contraste com o modelo de financiamento público exemplificado pela BBC

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“DKANDLE tece paisagens sonoras transcendentes vibrantes e multicoloridas, misturando texturas Shoegaze difusas e reverberantes, meditações Dream Pop hipnotizantes, tons Grunge lamacentos e tensões Post-punk temperamentais, intensificadas com lirismo comovente e vocalizações emotivas e pensativas”

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Libertando-se do

dogmatismo

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O filósofo Epicuro é um dos seguidores de Platão e a sua filosofia está cheia de transposições platônicas, mas é principalmente um contraditor, já que os quarenta anos que o separam de Platão predispõem antes à revolta. No tempo de Platão, parecia ainda possível desejar a salvação coletiva da sociedade. No tempo de Epicuro, já só é possível desejar a salvação individual do homem. A liberdade morre. É uma época de grande opressão. Todas as doutrinas posteriores a Aristóteles, herdeiro de Platão, deixam de pensar no restabelecimento dos valores sociais, para se preocuparem somente com a felicidade de cada homem. Aqui reside a grande revolução e o grande retrocesso do pensamento grego...

Epicuro não se preocupa com a justiça divina, com cidades-modelo; procura simplesmente um meio imediato de salvar o que resta do homem. A grandeza de Epicuro consiste em ter proposto não uma salvação que é uma evasão para o céu, como o fará o cristianismo, mas uma realização terrena. Ele não promete uma riqueza celeste, uma riqueza para lá da morte. A salvação não reside no céu, no espírito, na morte. Epicuro transmite um saber materialista, que apenas pede ao corpo e às suas virtudes o segredo de não morrer desesperado. O "Quádruplo Remédio" das suas Doutrinas Principais resumia-se em doze palavras gregas que significam:

Nada há a temer dos deuses.
Nada há a temer da morte.
É possível atingir a felicidade.
É possível suportar a dor.

O pensamento cristão, que soubera ver no materialismo epicurista um inimigo eficaz das suas doutrinas e rival perigoso do seu império espiritual, empenhou-se na luta contra ele. Clemente de Alexandria afirmou:

"Se o apóstolo Paulo ataca aos filósofos, visa apenas os epicuristas"...

Esse desejo de nada por parte do homem contemporâneo, essa incorporação de um desalento vital, como se o único e o melhor que restasse fosse ir sobrevivendo, tal é precisamente o que caracteriza o niilismo.

Há uma situação pela qual se costuma se caracterizar o niilismo: a moral cristã desenvolveu no homem ocidental um insaciável desejo de veracidade, o qual acabou por se virar contra ela própria, moral, ao descobrir a irrealidade do além-mundo como o cristianismo o concebe. Como Nietzsche escreveu: "Quando as vontades se equivalerem e todas desejarem o mesmo, quando a ordem jurídica e política for entendida como um meio para a dissolução do conflito entre os indivíduos, nessa altura estarão criadas as condições para a vitória do niilismo". Uma das características mais marcantes deste será precisamente a ausência do elemento conflitual e a completa anestesia contra a dor. Daí que o asceta (o sacerdote ou outra qualquer figura moderna do ascetismo) seja um decisivo protagonista do niilismo. O niilismo implanta-se e torna-se dominante quando a vida, ou as formas de vidas das sociedades, incorporam princípios hostis à vida e, a prazo, acabam por dissolver essas mesmas formas.

A afirmação da moral cristã, é toda ela puramente metafísica. Não há nada no campo da realidade que te faça supor que seguir a conduta sugerida pelo Cristianismo seja bom. A única base para isso é metafísica: Céu ou Inferno.

A moral que limita as ações é apenas a moral do ressentimento. A moral cristã é um exemplo desta moral; por incapacidade de ser forte, o indivíduo fraco sabota psicologicamente os demais, convencendo-os de que ser forte é errado. Exatamente daí nasce o sentimento de culpa.

FONTE: Os Materialistas da Antiguidade, Paul Nizan
A Genealogia da Moral, Nietzsche
(Colaborou: Victor Cavalcanti)

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